Aos 23 anos, Chika se consolida como um dos grandes nomes da Geração Z no rap e chama a atenção de celebridades como Cardi B, Jada Pinkett Smith, Erykah Badu, Missy Elliot e Barack Obama – o ex-presidente dos Estados Unidos colocou a rapper na playlist dele de verão em 2020.
Cinco anos atrás, Chika era um nome desconhecido na indústria da música e ainda não rimava com seriedade, como ela mesma revelou para a Time, em 2019. Naquela época, a aspirante tinha desistido de uma vaga na prestigiada universidade de música Berklee por causa das mensalidades altas e estudava na University of South Alabama.
Nascida Jane Chika Oranika, a rapper é filha de dois imigrantes nigerianos e foi criada em Alabama, no sul dos Estados Unidos. Em contato com a música desde criança, Chika já cantava e rimava quando começou a escrever poesia aos 11 anos de idade.
A carreira de Chika realmente começou quando ela decidiu largar a faculdade após um ano de estudo e se dedicou somente à música. Em 2018, a artista ficou indignada ao ver Kanye West demonstrar apoio a Donald Trump e sugerir que a escravidão era uma escolha.
Como resposta, Chika não só fez um freestyle sobre a situação, mas usou o beat de “Jesus Walks”, de West, para rimar. “Quando seu cheque estiver disponível, não se esqueça de que seus filhos ainda estão negros /E sua música está ruim e suas opiniões estão retrocedendo”, disse a artista no rap.
Quase três anos depois de ser postado, o vídeo de Chika acumula mais de seis milhões de visualizações, 100 mil compartilhamentos e 300 mil curtidas. Desde então, Chika estrelou uma campanha da Calvin Klein e assinou um contrato com a Warner Records.
A rapper já tinha um EP de poesia lançado quando entrou para a gravadora, Full Bloom(2017), e fez algumas colaborações antes de lançar o EP de estreia Industries Games (2020), que teve cinco das setes músicas apresentadas no Tiny Desk.
“Qualquer profissão que tivesse escolhido, eu usaria essa posição para dizer as palavras que precisam ser ouvidas e lutaria pelo o que eu acredito. Sim, hip hop é maravilhoso e sempre foi, mas, em um nível humano, eu sempre tenho algo a dizer”, disse Chika para a Rolling Stone EUA.
Com uma poesia autêntica, Chika mistura vocais suaves e melódicos com rimas ágeis em um hip hop crítico e, ao mesmo tempo, comovente. E é por meio da música e do posicionamento público que a artista promove a representatividade negra, plus size, LGBTQIA+ e feminista.
“Se eu não conquistar nada, eu espero que essa música te faça pensar”, canta Chika em “Intro”.
Em 2020, Chika também deu início a carreira de atriz e participou do filme Power, da Netflix. Estrelado por Jamie Foxx, o filme retrata a história de uma jovem que se envolve em um esquema complexo de experimentos e contrabando após começar a vender uma pílula poderosa, que pode matar as pessoas ou deixá-las temporariamente superpoderosas.
No momento, Chika aguarda a cerimônia do Grammy 2021, na qual concorre na categoria de Artista Revelação ao lado de Noah Cyrus, Doja Cat, Megan Thee Stallion, Phoebe Bridgers, Ingrid Andress, Kaytranada e D Smoke.
Antes mesmo da cerimônia, que acontecerá no dia 14 de março, Chika contou para o EW que já se sente vencedora e não vai para casa triste no dia da premiação. Já para a Vogue, a artista disse que independente de qualquer reconhecimento, ela busca manter a verdadeira essência.
“Essa indicação ao Grammy mudou meu processo de pensamento sobre quem eu sou. Quero que as pessoas saibam que mesmo que eu nunca receba nenhum tipo de elogio, nenhum prêmio por isso, nenhum troféu ou medalha de ouro, eu sou isso.”